Dia do Pai

 

Porque hoje é o primeiro de abril, e porque há pouco tempo se celebrou o dia de S. José (dia do pai), decidi evocar a memória do meu pai (que hoje completaria 89 anos) falando um pouco sobre ele pelas vozes dos meus filhos Francisco e Zequinha, e falando também sobre outros quatro homens que, pela idade e pelo grau de parentesco comigo, foram igualmente um pouco meus pais. São eles os meus tios Toni, José Vasco e João e o meu avô Aarão.

 

Tio Toni


O meu tio Toni nasceu no Porto no início da década de 50. Filho de uma família de gente trabalhadora, e com 13 irmãos, não teve um início de vida fácil. Com apenas 14 anos viu-se forçado a deixar de estudar para ajudar ao sustento da família. A morte prematura do pai assim o obrigou.

Quando olho para alguns quadros do pintor Dominguez Alvarez lembro-me sempre do tio Toni. Imagino as cenas retratadas em tela de um certo Porto semi industrializado, sombrio e pobre, como sendo aquele Porto em que ele começou a lutar para levantar a cabeça e se tornar homem.

Profissionalmente fez de tudo um pouco até ao momento em que foi mobilizado para o exército. É o ser mais pacífico que conheço, mas nem assim se livrou de ir parar a Moçambique em 1974 para fazer a guerra. Quis a divina providência, e os capitães, que, entretanto, se desse o 25 de Abril, facto que fez com que voltasse a Portugal ileso e sem o temido batismo de fogo.


Regressado a casa, casou e fixou-se em Aveiro, onde continuou a vida pessoal e de trabalho. Rapidamente concluiu o curso secundário, e, já a trabalhar na fábrica da Renault como controlador de qualidade, licenciou-se em estudos clássicos. Terminou a sua diversificada e longa carreira profissional como professor de Latim e Grego. Apesar de todas as dificuldades por que passou na vida nunca se lhe notou no caracter um pingo de amargura, ressabiamento ou revolta.

Nos tempos em que íamos a Aveiro visitar os nossos avós, eu ansiava sempre por ir também para casa do tio Toni e da minha tia Teresinha. Dias passados na companhia dele eram recheados de paz e harmonia, conselhos sábios e belas histórias de vida.  A tranquilidade que emanava era contagiante e fazia toda a gente feliz.

Deste grupo, é o único que está vivo. Faço votos para que passe dos cem anos de vida, sempre com saúde.

Francisco:
“Recordo a sua calma, a sua serenidade, a sua simpatia, um embaixador da paz.”

 


Avô Aarão


O meu avô Aarão era um transmontano rijo e de baixa estatura, com olhos azuis e cabelo muito denso, todo branco, cortado à escovinha. Sempre o conheci a viver em Aveiro, na Estrada Nova do Canal. Até quando se mudou, mudou para outra casa na Estrada Nova do Canal. Nas casas dele havia sempre um quintal. Nesses quintais havia sempre galinhas, um pombal, couves de pé alto e malaguetas. Trouxe do norte interior aquele gosto típico pela horta e pelos animais da terra, mas quando chegou a Aveiro adaptou-se a uma realidade mais marítima. Tornou-se pescador nas horas vagas (fazia as suas próprias canas de pesca, artesanalmente, com cana natural) e o único prato que o vi cozinhar foi uma caldeirada de enguias com pó amarelo (açafrão-da-índia), típica da região.

O meu avô Aarão começou por ser professor primário, passando depois a funcionário de uma repartição pública. Consta que em décadas de serviço raramente faltou e nunca picou o ponto fora de horas. Eu, naturalmente, não lhe conheci essa faceta. Apenas o via sair para o trabalho, muito direito na sua mota, desejando que regressasse depressa.

Teve duas filhas com uma diferença de quinze anos, primeiro a minha mãe e depois a minha tia. A primeira neta foi uma rapariga, a minha irmã. Quando eu nasci, três anos depois, deve ter pensado “lá se quebrou o enguiço”. Então, mal tive idade para isso, ensinou-me os rudimentos da condução automóvel, e, quando cresci um pouco mais, ensinou-me a andar de mota na sua Zundapp 50cc de 3 velocidades. Conheci-lhe 3 carros, um Skoda Octavia de fabrico checo, um Renault 10 e, por fim, um Fiat 127, e duas motas, a famosa Zundapp e, mais tarde, uma Casal boss.

Era aparentemente agnóstico e bastante anticlerical. Porém, enquanto pôde, nunca falhou às festas do mês de agosto em honra da Senhora do Caminho, que o levavam anualmente em peregrinação à sua tão querida terra natal, Mogadouro. Algumas vezes aventurou-se a fazer o percurso Aveiro-Mogadouro de mota. Sob um calor tórrido de verão, a viagem de pouco menos de 300Km pelas paupérrimas estradas de então do norte interior de Portugal era com certeza penosa, como convém a um peregrino. O avô transpirava e a mota arfava por sobreaquecimento, obrigando-o a parar pelo menos cinco vezes pelo caminho para deixar arrefecer os metais, quase em fusão, do cilindro e do pistão. Por fim chegava triunfante e vertia lágrimas ao passar da procissão.

Uma das primeiras imagens que tenho dele é a de quando nos ia buscar à estação de comboios de Aveiro, quando íamos de visita. Recebia-nos na gare com um sorriso rasgado e os olhos brilhantes. Ao levar-nos para casa irradiava alegria a conduzir o seu Skoda, carro já um pouco démodé, mesmo nos anos 70, embora “compensasse” com um interior quase holiudesco, com estofos de napa vermelha, banco corrido à frente e mudanças no volante. Eu também ficava feliz, no aconchego dos estofos encarnados, por saber que já estava ao pé dele. O meu avô Aarão fazia-nos rir a todos, fossemos adultos ou crianças. Nos dias de verão, já nos tempos do Renault 10, íamos os dois à pesca nos arredores costeiros de Aveiro. À procura do melhor local para a faina, corríamos todas aquelas estradas ladeadas por grandes montes brancos de sal e banhadas por pálidos raios de sol. Passeávamos muito e trazíamos pouco peixe. Quando eu provei que já era pescador, fez-me uma cana artesanal igual às que fazia para ele, embora um pouco mais pequena, que eu preservei e usei até à idade adulta.

Quando regressávamos a Santarém, de volta a casa, ia pôr-nos à estação de comboios. Ficava a despedir-se na gare com um sorriso menos acentuado e os olhos mais brilhantes.

A última imagem que guardo dele é a de um homem derrotado pela doença de Parkinson, sentado numa cadeira de rodas, com a mesma dignidade de sempre, em frente ao féretro da minha avó Vitória. Tinha os olhos rasos de água e um estranho sorriso estampado no rosto, como que a desdenhar da inevitabilidade do destino.


Francisco:
“Recordo a sua faceta brincalhona, sorridente, para mim, e terna concomitantemente.”

 
 

 


Tio Zé Vasco


Lembro-me do tio Zé Vasco, desde sempre, em Alpedrinha (sobretudo do timbre de voz), mas na verdade só começámos a ter um relacionamento mais próximo quando eu atingi a pré-adolescência. Não porque não nos tivéssemos cruzado antes, mas talvez porque a nossa ligação só tivesse sido possível (de ambos os lados) depois de eu começar a ter algum discernimento.

Era um homem inteligente, culto e com um sentido de humor demolidor. Gostava de andar chique e à moda. Usava casacos de caxemira e não dispensava o seu boné ao estilo inglês.
Contava episódios da sua vida com muita graça, dos quais me lembro, de entre muitos outros, um em que foi confundido por uma velhota, em Lisboa, com o Otelo Saraiva de Carvalho. Sinal dos tempos! Estávamos no pós 25 de Abril.

O episódio que não resisto a contar com mais detalhe, foi-me contado recentemente pela minha mãe. Não o presenciei, ou pelo menos não me lembro. Mas conhecendo como conheci o meu tio Zé Vasco e a sua mãe Alcinda (também protagonista da cena), o relato torna-se fenomenal e, seguramente, muito próximo do que realmente aconteceu. Há que fazer aqui um parêntesis. O meu tio Zé Vasco era, antes do 25 de Abril, um advogado prestigiado na cidade de Castelo Branco, facto que o tornava um ilustre membro da escassíssima elite portuguesa de classe média/alta de então. Isso, e o gosto pelas coisas da moda, levou-o a comprar um icónico carro da época, um Fiat 124 berlina, modelo da marca Italiana que deu brado no mercado automóvel mundial. Na Europa mais desenvolvida desse tempo era um carro de classe média, mas em Portugal só estava ao alcance de alguns. O conforto, a tecnologia de ponta usada, o espaço interior e de bagagem e a potência do motor tornavam-no num veículo que todos almejavam ter. Foi até eleito carro do ano em 1967. Nesse belo automóvel o meu tio Zé Vasco transportou diversas vezes a sua mãe (Avó Alcinda), nomeadamente levando-a de visita à irmã Julieta (minha tia-avó), que morava em Castelo Novo, a escassos 7Km de distância. Acontece que a avó Alcinda tinha muito medo de velocidades e de automóveis em geral. A estrada nacional que liga Alpedrinha a Castelo Novo (N18) tem um troço bastante sinuoso no início, mas antes do cruzamento de desvio descomprime numa reta de talvez mais de 1 Km. Ora foi nessa reta, numa das viagens de visita à tia Julieta, que o lesto Fiat 124 atingiu, com a maior das facilidades e sem ninguém dar conta, os 100Km/h, ao que o tio Zé Vasco, ufano e brincalhão, exclamou no seu melhor italiano “la vecchia va a cento!!”.  A avó Alcinda terá respondido para os restantes ocupantes do carro, “…ele pensa que eu não entendo italiano, mas eu sei que ele me está a chamar velha…”.

Quando comecei a relacionar-me mais com o tio Zé Vasco já a o sol da revolução ia alto. Ele chamava-me carinhosamente “Pedroto”, e eu achava muita graça. Inventou aquele diminutivo, creio, por causa do então famoso treinador de futebol José Maria Pedroto, que cultivava igualmente o gosto por bonés axadrezados. Nessa altura já não exercia advocacia e tinha deixado Castelo Branco, mudando-se para Lisboa. Era técnico superior no Ministério da Educação, seguramente uma ocupação menos exigente do ponto vista emocional, o que lhe convinha sobremaneira dada a sua débil saúde cardíaca. Tinha, entretanto, comprado um Citroën Dyane, carro muito popular em Portugal no final da década de setenta. O Citroën Dyane era um desenvolvimento do mítico Citroën “dois cavalos” (2CV). Embora mantivesse as características básicas de um 2CV, era mais moderno e urbano. Era um carro que lhe servia todos os interesses, seja porque se desenvencilhava bem na estrada e na cidade, seja porque, graças à suspensão sobre-elevada, se comportava muito bem em terreno acidentado. É que nessa altura ele abraçava com muito entusiasmo o desenvolvimento de um pomar de maçãs na sua propriedade em Alpedrinha. Adotou as técnicas mais modernas e investiu muito do seu tempo livre (e dinheiro) em viagens Lisboa-Alpedrinha, negociações, contratações, e num sem número de outras atividades ligadas à gestão de um pomar, que ele queria que fosse produtivo e exemplar. Quando chegava o mês de setembro, e a apanha começava, exibia com orgulho amostras de maçãs de tamanhos e brilhos invulgares e reservava sempre uns quantos quilos de várias cores para oferecer aos amigos de Alpedrinha. Eu acompanhava-o na distribuição de caixas pela meia dúzia de famílias que ele presenteava e deleitava-me a observar, com minúcia, o charme com que levava a cabo a operação.

Fizemos algumas viagens, só nós os dois, entre Lisboa e Alpedrinha. O percurso pelas estradas nacionais da época era incomparavelmente mais demorado do que a atual rota pelas A1 e A23. Foi nessas longas viagens que eu comecei a aprender as subtilezas das conversas do tio Zé Vasco, enquanto o Dyane enfrentava com braveza o asfalto esburacado. Lembro-me ainda que nesse percurso era obrigatório o cumprimento de um ritual prosaico, contudo muito saboroso. Fazia-se sempre uma paragem numa conhecida tasca a meio caminho (não tenho a certeza se em Ponte de Sor ou se em Nisa) para saborear umas deliciosas sanduiches de carne assada, feitas por uma senhora de cara corada e redonda.

Na Páscoa de 1983 (tinha eu 19 anos), tendo chegado a Alpedrinha alguns dias antes do domingo festivo, sentiu que precisava urgentemente de cuidados médicos em Lisboa. Iniciou inesperadamente a viagem de táxi de regresso e, ainda na vila, avistou-nos, recém-chegados, na estrada dos Bacelos. Mandou cavalheirescamente (como sempre) parar o táxi para nos cumprimentar e desejar boa Páscoa. De cara triste, voltou a fechar a janela e sorriu palidamente. O automóvel retomou a marcha e nunca mais o voltei a ver.


Francisco:
O Francisco sente-se orgulhos de ter seguido a mesma profissão do tio Zé Vasco.

 

 

Tio João


Poucos pessoas terá havido no mundo com a capacidade de encantamento de crianças que o tio João tinha. Qualquer uma que se aproximasse ficava rendida ao fim de cinco minutos de convivência, graças à sua extrema doçura no trato e à incomparável facilidade de entrar na lógica do diálogo infantil. Juntava a isso um conjunto de truques, de quase prestidigitador, e historietas infantojuvenis que o tornavam irresistível. Até os meninos “maus” do colégio de correção de São Fiel, onde ele deu aulas, e por isso representava o opressor, gostavam dele, seguramente não apenas pelas qualidades que referi, mas também porque lhe terão reconhecido compaixão e cumplicidade.

Para as convenções da época, casou tarde, no limiar dos quarenta. Por isso teve muito tempo e disponibilidade, antes dos seus próprios filhos nascerem, de criar uma excelente relação com todos os sobrinhos, eu incluído. Mas depois de casar não deixou o crédito por mãos alheias. A relação com os sobrinhos não foi afetada, pelo contrário, e o tio João era como um pai para todos nós.

Era um artista e um artesão de finíssimo recorte. Entrar na sua oficina, no sótão da casa de Alpedrinha, era para mim absolutamente mágico. Com um pé direito bastante alto, teto forrado a madeira lacada e uma janela de varanda em oposição à porta de entrada, a oficina era grande e tinha uma enorme bancada do lado direito. Da varanda, o ponto mais alto da casa, avistava-se a Cova da Beira e terras de Espanha, com a Sierra de Gata em fundo e a colina da aldeia de Monsanto em primeiro plano. Na bancada, e na parede acima dela, havia um sem número de ferramentas e materiais de pintura que me fascinavam. Pincéis de todos os tamanhos, tintas de várias espécies, caixas e caixinhas de materiais diversos, lamelas de madrepérola, serras e serrinhas, estiletes, verrumas, bonecas (auxiliares de pintura), punções, formões grandes e pequenos, plainas, berbequins manuais, um torno pequeno e muitas, muitas outras coisas. Por fim, algumas cascas de ovo metodicamente arrumadas, que ele usava como godés para misturar tintas. Na ala esquerda havia alguns objetos também fascinantes. Um binóculo muito antigo todo metálico, guardado dentro de um estojo rígido de cabedal castanho já gasto pelo uso, que eu usava nos dias de boa visibilidade para aproximar as serras distantes. Um pequeno objeto constituído por um fole em pele e uma campânula metálica já ferrugenta, que, quando percutido, emitia um som semelhante ao grasnar dos patos, que se destinava, ao que parece, a auxiliar na caça das desafortunadas aves. Um rádio antigo, daqueles de onda média e onda curta, com um altifalante central forrado a tecido, uma caixa de madeira envernizada, dois botões redondos de sintonia, 4 ou cinco teclas de seleção de banda e um visor de frequências de agulha retro iluminado.

Sobretudo nas férias de verão, quando eu era mais pequeno, passava horas com o tio João na oficina enquanto ele trabalhava. Dava-me algumas madeiras, pregos, um martelo e uma cadeira para servir de bancada e eu ali ficava, feliz, uma tarde inteira. Um dia fez-me um pequeno volante em madeira, recortado em semicírculo, com um velocímetro e um conta rotações pintados e uma buzina feita de cortiça aplicada no centro. Foi um dos melhores presentes que recebi na minha infância. Não apenas pelo presente em si, mas sobretudo por ter sido feito pelas mãos dele naquela fascinante oficina.


Certo dia comprou um Renault 4L. A partir daí passou a haver muitos passeios de carro. Primeiro porque era novidade e depois porque o tio João gostava mesmo de passear. Nas férias de verão não havia semana em que não fôssemos os dois ao Fundão pelo menos umas tês vezes. Os 11 Km de estrada, primeiro a subir até ao alto da Gardunha e depois a descer até ao Fundão, eram sempre muito divertidos e tinham o seu auge no alto da Serra, com o a avassaladora vista aérea da Cova da Beira. Os motivos que nos levavam ao Fundão nem sempre eram fúteis. Por vezes havia mesmo uma compra importante de uma tinta, de uma de uma ferramenta ou de outra coisa qualquer. Quando terminávamos a missão, geralmente durante a tarde, o tio João levava-me sempre a lanchar a uma esplanada. Eu invariavelmente pedia um pão de leite com fiambre e um leite com chocolate UCAL.

Juntos fizemos coisas que não voltei, nem voltarei, a fazer. Cortámos pinheiros com uma motosserra, retalhámos azeitonas, enchemos garrafas de vinho com um funil, curámos presunto em salgadeira, fizemos jeropiga…e viajámos muito no Renault 4L.

Não há certamente ninguém que o tenha conhecido que não tenha saudades do tio João.

Francisco:
“Recordo a sua aura infinita de bondade e jovialidade, tão acolhedora, amiga e sincera.”

 

 

 

O meu pai


O meu filho Francisco ainda conheceu o meu pai até aos dez anos de idade. Pedi-lhe que escrevesse espontânea e sucintamente o que a imagem e convivência com o avô lhe evocava.
“ (..)uma saudade muito grande, recordando a sua inteligência, a sua bondade e carinho sem limites, o seu ar de Darwin, majestoso, singular e amável. Recordo, com muita saudade e amor, os seus afagos na minha cabeça, dizendo “meu neto”! ”

O meu filho Zequinha já não conheceu o avô, uma vez que tem agora apenas seis anos.
Lá na nossa casa de Cacilhas há uma fotografia do meu pai, bem destacada em cima de uma das colunas da Hi-fi (não Wi-Fi), que sempre o atraiu muito. Expliquei-lhe quem era. A partir desse momento, e embora saiba que é impossível, está sempre a dizer-me que quer estar com o avô e que tem saudades dele.

Porque o meu pai também era poeta, e porque o perdemos há cerca de vinte anos, transcrevo os últimos versos de uma canção cubana de 1935, com o título “Veinte Años”, de Maria Teresa Vera e Guillermina Aramburú (letra).

Con qué tristeza miramos
Un amor que se nos va
Es un pedazo del alma
Que se arranca sin piedad

 
João Pedro Amaral
Francisco Tomás Amaral
José Pedro Amaral


Lisboa, 1 de abril de 2021